Fundado em 4 de julho de 1939, o Sindicato dos Estivadores de São Sebastião foi criado como extensão de base do Sindicato de Santos, mas foi reconhecido somente após 30 anos, em 1969, com a posse de Knoll Claro da Silva como primeiro presidente sindical eleito.

"Foram anos de muitas lutas lembrou o presidente da Câmara Municipal de São Sebastião", Edivaldo Pereira Campos (Teimoso) autor da Moção nº 50/2019, de Aplausos e Reconhecimento ao Sindicato dos Estivadores por seus 80 anos de história.

A homenagem foi entregue na sessão de terça-feira, 3, ao ex-vereador de São Sebastião e atual presidente do Sindicato dos Estivadores, Robson Wilson dos Santos (Robson Ceará), que está em seu quinto mandato.

Durante a solenidade, Teimoso falou das dificuldades enfrentadas pela categoria que tem uma história de lutas e se emocionou ao relembrar sua própria trajetória após ter saído de uma pequena cidade do interior do Ceará até chegar a São Sebastião para atuar no Porto onde é estivador há quase 30 anos.

Segundo Teimoso, "os portuários são responsáveis diretamente pelo PIB do Brasil. Hoje, a mão de obra do nosso porto é qualificadíssima. Somos o menor, mas o melhor. O Porto é a terceira maior renda do município, mas tenho certeza que vamos passar a ser o carro-chefe em arrecadação", disse o presidente do Legislativo que lembrou, com carinho, de pessoas importantes como o Sr Augusto, Zé Domingos, Manezinho e tantos outros que "ajudaram a fazer a história do Sindicato de São Sebastião que se cruza com a história da nossa cidade, que é uma história linda de luta, dignidade e lealdade ao povo de São Sebastião".

Em sua moção, ele também ressaltou figuras icônicas do quadro de estivadores como Gibis da Luz (Bibinho),o estivador mais idoso, nascido em 1929, Alfredo Miguel de Souza, o mais velho ainda na ativa, com 77 anos, que é Gilberto Wilmar Monteiro (Gilbertão), além do atual presidente, Robson Ceará, membro diretor do Sindicato há mais de 20 anos.

Teimoso também destacou a atuação das mulheres incorporadas ao quadro de efetivos como a primeira estivadora, Clarissa Mansour, que fez sua inscrição sindical em 2016.

Desafios - "Estamos no quinto mandato como presidente. É um desafio total porque ser eleito pelos estivadores, ser reconhecido e voltar para o cargo de novo é um desafio", frisou Robson Ceará que estendeu a homenagem à toda a Diretoria do Sindicato.

Ele aproveitou a presença do presidente da Companhia Docas de São Sebastião, Paulo Oda, para alertar sobre o futuro do Porto de São Sebastião. "O Governo do Estado está dizendo que não quer mais o porto e está devolvendo para a União que está perdida. A grande verdade é que a União não sabe o que fazer com o Porto de São Sebastião", disse Robson que afirmou estar temeroso como morador e trabalhador.

"De repente, a gente vai ter um elefante branco como Angra dos Reis. O Estado não quis o porto, devolveu para a União que não quis e entregou para a iniciativa privada que não fez nada. O porto está jogado às traças, os trabalhadores passando necessidade e o município pagando por isso porque não tem um porto ativo. Estou muito preocupado com o que pode acontecer com nosso porto daqui prá frente", frisou Robson.

Por isso, a partir de janeiro, ele pretende chamar a sociedade para um debate pois acredita que é preciso o envolvimento de todos para chegar a uma solução. "Esse porto está dentro do nosso município. Ele é nosso", declarou o presidente do Sindicato dos Estivadores de São Sebastião.