O Paço Municipal do Poder Legislativo, em 15 de dezembro de 2020, após aprovação unânime dos vereadores ao Projeto de Resolução 02/2020, passou a denominar- se "VEREADOR ONOFRE SANTOS FILHO".

Nascido em 30 de abril de 1920, na cidade de Rio Claro, interior de São Paulo, o parlamentar era casado com Margarida Figueiredo dos Santos, com quem teve cinco filhos, Luiza Alice Figueiredo Santos, Diney Santos, Maristela Figueiredo Santos, Margarida Figueredo Santos e Onofre Santos Neto.

Funcionário público estadual, Onofre Santos Filho foi vereador por diversos mandatos e assumiu a cadeira de 2º secretário da Mesa Diretora, em 1971.

O seu 1º mandato nesta Casa teve início em 08 de junho de 1956, quando assumiu como suplente no lugar do vereador Alberto Henrique de Miranda.

Permanecendo no cargo até 15 de dezembro de 1959, após um período afastado, o homenageado retornou à Câmara na gestão de 1964 a 1968, eleito pelo PTB, partido do ex- presidente do Brasil, João Goulart, conhecido por Jango.

Em 31 de março de 1964, na véspera do Golpe Militar, que culminou com a deposição do presidente, junto com os demais vereadores eleitos pelo PTB decidiu sair do partido.

Naquele momento, o país iniciava um dos períodos mais violentos da sua história, que ficou conhecido como Ditadura Militar.

Ao justificar a saída do partido, conforme consta na ata da sessão, o parlamentar Onofre Santos Filho afirmou "ter sido o candidato mais votado na eleição anterior e que não tinha alcançado o quociente desejado e, para garantir sua eleição atual, foi preciso candidatar- se pelo PTB, pois tinham caçado suas credenciais do Partido Republicano".

Em 25 de novembro de 1967, o vereador Onofre Santos Filho, apesar de ter deixado o PTB ainda fazia parte da bancada de oposição ao governo, rotulada de subversiva, e teve o seu mandato cassado por denúncia do prefeito Jorge Abdala.

Por decisão da justiça, ele retornou ao cargo em 05 de fevereiro de 1968.

Já no final de outubro de 1969, junto com os companheiros de Parlamento, Henderson Alves das Chagas (Decinho) e Zino Militão dos Santos, o vereador Onofre Santos Filho foi preso por oficiais da aeronáutica acusado de ser comunista.

Os parlamentares foram interrogados sobre o Grupo dos Onze, considerado pelos militares uma célula comunista existente no Litoral Norte, ligado ao ex- deputado Leonel Brizola (PTB).

Em 1971, o vereador Onofre Santos Filho assumiu o cargo de 2º secretário da Mesa Diretora.

Voltou a ser preso em 1976, em 30 de junho, quando teve o seu mandato de vereador suspenso enquanto perdurou a pena imposta pela justiça da comarca de São Sebastião.

Eleito por diversas vezes consecutivas, no dia 16 de dezembro de 1982, o vereador Onofre Santos Filho encerrou o mandato nesta Casa de Leis.

Em 15 de dezembro de 2005, o parlamentar veio a óbito por falência múltipla dos órgãos. 

O autor do Projeto de Resolução 02/2020, que instituiu o nome do Paço Municipal, foi o parlamentar, Onofre Santos Neto, filho do homenageado e vereador nesta Casa de Leis, durante as gestões 2013 a 2016 e 2017 a 2020.

"Nas vezes em que foi preso, o meu pai foi torturado por defender seus ideais e não se curvar a um sistema que considerava incorreto", relembra.