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29/Nov 2021

Câmara presta homenagem a Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda Esperança

O trabalho humanitário e evangelizador do Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda Esperança, foi reconhecido pela Câmara Municipal de São Sebastião na noite deste domingo, 28, com a entrega de Moção Honrosa pelo vereador Felipe Cardim representando o presidente do Legislativo, José Reis, e demais parlamentares da Casa.

A Moção foi concedida após a missa do Primeiro Domingo do Advento, celebrada na Igreja Matriz de São Sebastião por Frei Hans e pelo Padre Alessandro Henrique Coelho. Cardim explicou que esse gesto simples, diante da grandiosidade de seu trabalho, foi uma homenagem ao Frei, que é considerado o "Pai da Fazenda Esperança, importante comunidade terapêutica que ultrapassou as fronteiras atuando na recuperação de dependentes químicos e transformando a vida de milhares de pessoas no Brasil e no mundo".

Cardim agradeceu, ainda, em nome dos moradores de São Sebastião que têm grande dificuldade em recomeçar, sendo que a parceria da Fazenda Esperança com o município tem sido fundamental na recuperação dos mais necessitados. Frei Hans também foi homenageado pelo secretário de Governo da Prefeitura de São Sebastião, Luis Carvalho, representando o prefeito Felipe Augusto, e pela comunidade da Paróquia São Sebastião.

Ao falar sobre a atuação de Frei Hans, Padre Alessandro frisou que "existem pessoas que são importantes, mas outras são imprescindíveis para a vida da humanidade. Há um ano, quando tudo se fechou, homens e mulheres que estavam em situação de rua, marcados pelo vício, não tinham para onde ir e nem onde recorrer. Batemos na porta da Fazenda Esperança e mais de 40 pessoas foram acolhidas, sem falar de tantos outros jovens que encontraram na Fazenda o lugar para recomeçar".


Força da palavra

Natural da Alemanha, Frei Hans se tornou pároco da Igreja Nossa Senhora da Glória, em Guaratinguetá, em 1979, e, quatro anos depois, com o apoio de Nelson Giovanelli que, na época, era um jovem paroquiano, fundou a Fazenda Esperança. O método de acolhimento e o trabalho, dedicado às pessoas vítimas da dependência do álcool e drogas, chegou a todo o País e ultrapassou fronteiras com centenas de unidades estruturadas na Ásia, África, América e Europa.

"Há muitos anos estou acolhendo os jovens das drogas, álcool e tantos outros problemas e vícios. Quando chegaram os primeiros, eu pensava que quem deveria dar uma resposta era a medicina, psicologia, a farmacêutica. Mas eles chegaram na minha casa, então escutei muitas noites as suas histórias. Eu vi que eles tinham um grito muito forte na alma: queriam ser amados. Como tinha o costume na paróquia de viver o evangelho, convidei eles para participar.

Me lembro quando um dos primeiros chegou uma noite e disse: Frei, hoje eu vivi a palavra. Ele me contava com entusiasmo a experiência e disse: experimentei uma alegria maior do que a droga. Entendi que ele tinha encontrado Deus, porque a palavra é Deus. Passa o céu e a terra, mas a palavra não passa. Ele encontrou Deus e, por isso, a droga não foi mais problema. Seu coração encontrou algo que dá a verdadeira alegria porque é algo eterno, não passageiro", explicou Frei Hans que, durante a missa convidou algumas pessoas que passaram pela Fazenda Esperança e darem seus depoimentos da transformação em suas vidas. 

Após a missa, ele participou do lançamento do livro "Uma Conversa com Frei Hans" e também pediu apoio às pessoas que pudessem doar R$ 25,00 para ajudar no pagamento de sementes de milho e feijão distribuídas ao povo africano, mais especificamente de Angola, onde está instalada a Fazenda Esperança, Imaculado Coração de Maria, na Província de Huambo.

"O que me dói é a injustiça. Estive há poucos meses na África, onde temos nossas comunidades. Vi tanta fome, miséria. Cortou meu coração ver tanta fome, principalmente em Angola, onde não tinha chuva no passado. Prometi que ia lutar para poder arrumar dinheiro para comprar sementes de milho e feijão. Consegui, o povo brasileiro é generoso. Dei dinheiro e compraram um contêiner cheio de sementes. Veio gente de longe pegar sementes para plantar e não tinha o suficiente", explicou Frei Hans que necessita do recurso para ajudar a pagar por mais sementes adquiridas.

Ao comentar sobre esse problema, Padre Alessandro disse que é comum pensar que "as fazendas do Brasil têm tantas necessidades, mas as da África também. Quando a gente é capaz de olhar não só a nossa necessidade, mas a do outro, e também colaborar, a gente vê que ninguém é tão pobre que não possa dar alguma coisa, e nem tão rico que não possa receber". Padre Alessandro lembrou que são 150 fazendas em atuação e mais 50 aguardando para serem organizadas "para continuar tocando e transformando a vida de tantas pessoas".

Foto: Luciano Vieira/CMSS



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