O restauro da Igreja Matriz de São Sebastião completou 20 anos, na última quarta-feira (30/06).

A data foi celebrada com uma missa de ação de graças, organizada pela paróquia, que contou com a participação dos devotos e de autoridades locais, como os vereadores Teimoso Campos e Felipe Cardim, representantes da Câmara Municipal.

O ex-prefeito João Siqueira (1996-2000) agradeceu o apoio da Petrobras e da Autolatina (Volkswagen) pelos recursos destinados à obra. "A Autolatina entrou com R$ 400 mil, a Petrobras com R$ 300 mil e a Prefeitura com R$ 100 mil. Com esses recursos fizemos a reforma", recordou.

O ex-prefeito Paulo Julião (2001- 2004) ressaltou que se sentiu honrado por ter participado de um trabalho que envolveu tantos esforços.

Por sua vez, o prefeito Felipe Augusto lembrou a época em que trabalhava na Assembleia Legislativa, como assessor do ex-prefeito Paulo Julião, então deputado estadual, e acompanhou nos bastidores a busca por recursos para viabilizar a obra da Matriz.

"Eu me recordo de ter participado de audiências com o vice-governador na época, Geraldo Alckmin (1991 a 1994) e diversas autoridades, onde o deputado Paulo Julião intervinha com pedido de recursos e sei do empenho de cada um na articulação política e na obra do restauro", afirmou.

Após ressaltar a importância da Igreja Matriz, o prefeito também afirmou que está analisando, junto com o padre Alessandro, a ida até a Itália para levar uma solicitação ao papa Francisco, visando transformar a igreja em Basílica.

História - A arquiteta Fernanda Palumbo, que integrou a comissão de restauro da Igreja Matriz, contou que a construção original do prédio ocorreu entre 1906 a 1930.

"A Matriz é um marco na fundação da nossa cidade porque sem essa igreja a coroa portuguesa não teria reconhecido a Vila de São Sebastião, em 16 de março de 1936, e criado o governo local", disse.

A arquiteta agradeceu todos os envolvidos na obra e aproveitou para compartilhar uma história envolvendo o jornalista falecido, Álvaro Dória Orselli, seu Alvinho. "Junto com a equipe da secretaria de Cultura, ele recolheu os retábulos da nave, que são do século 19, de 1850, e carregamos essas peças de madeira por anos e anos até que foram recolocadas no adro, na época do restauro", conta.

Palumbo lembrou que, devido à obra, durante três anos as missas foram realizadas no Salão Paroquial da Igreja Matriz e ressaltou que ter a igreja bem cuidada traz dignidade para o povo caiçara.

"Esse período foi de muita angústia porque o povo, no qual me incluo, tem adoração por esse templo, construído com cal de conchas, óleo de baleia e areia da praia. Quando estou aqui e vejo cada santo que conseguimos restaurar, sinto muito amor", finalizou.

Fotos: Luciano Vieira/ CMSS